
   Na época em que os ingleses estiveram empenhados em colonizar regiões nos      trópicos, principalmente na África, Sudeste Asiático e Índia, entraram em      contato com uma série de doenças desconhecidas no continente europeu e que      receberam o nome de doenças tropicais ou doenças dos trópicos. Essa denominação      ainda é pertinente porque, nos trópicos, os fatores climáticos favorecem a      proliferação de insetos, os principais transmissores dessas doenças.
   Atualmente, essas doenças estão bastante relacionadas a fatores socioeconômicos,      pois se manifestam mais nos países pobres que em sua maioria se localizam      nas regiões tropicais e não têm condições de implantar medidas efetivas de      controle, prevenção e tratamento. Por isso, as doenças tropicais continuam      sendo um problema grave de saúde pública, especialmente se considerarmos o      alto índice de mortalidade associado a elas.
   Além dos fatores sociais, existem os problemas técnicos, políticos e administrativos,      que são comuns a qualquer programa de saúde pública. Resolver os problemas      implica em ações com uso de tecnologia apropriada, estrutura sanitária básica,      enfoque epidemiológico, decisão política e participação da sociedade. Novos      paradigmas, têm, portanto, que serem estabelecidos para o combate às doenças      tropicais. 
   Fonte: www.ambientebrasil.com.br
   Doenças tropicais
   Doenças tropicais são doenças infecciosas que ocorrem unicamente      nas regiões tropicais e subtropicais (o que é raro) ou, mais seguidamente,      são ou mais difundidas nos trópicos ou mais difíceis de prevenir e controlar.
   Com as viagens aéreas, as pessoas visitam mais freqüentemente essas regiões      e contraem várias dessas doenças, principalmente Malária e Hepatite.
   O Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (Special      Programme for Research and Training in Tropical Diseases, abreviado TDR, da      Organização Mundial da Saúde focaliza-se em doenças infecciosas negligenciadas      que afetam de maneira desproporcional populações pobres e marginalizadas.    
   A lista atual de doenças inclui as 10 seguintes:
   - Tripanossomíase africana 
-  Dengue 
-  Leishmaníase 
-  Malária 
-  Esquistossomose
-  Tuberculose 
-  Doença de Chagas 
-  Lepra 
-  Filariose linfática 
-  Oncocercíase 
Fonte: pt.wikipedia.org
   Doenças tropicais
   Ecossistema e condição social 
   A doença tropical tem uma correlação intrínseca não só com      o ecossistema, mas também com a condição social da população. Decorrente da      pobreza, também é o abandono do tratamento pelos doentes as estatísticas mostram      que o abandono ao tratamento atinge grandes proporções no país, estimativas      indicam dados entre 17% e 25%. As principais causas de abandono podem ser      atribuídas desde a um tempo longo de tratamento, à deficiência no sistema      de atendimento aos doentes, à falsa impressão de cura após algumas semanas      de tratamento e a fatores individuais (alcoolismo, etc...). 
   Além dos fatores sociais, existem os problemas técnicos, políticos e administrativos,      que são comuns a qualquer programa de saúde pública. Resolver os problemas      implica em ações com uso de tecnologia apropriada, estrutura sanitária básica,      enfoque epidemiológico, decisão política e participação da sociedade. Novos      paradigmas, têm, portanto, que serem estabelecidos para o combate às doenças      tropicais.
   Situação atual
   A pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos no combate às doenças      tropicais é considerada um nicho de mercado de pouco interesse por parte das      empresas estrangeiras. Embora se verifique a existência de capacitação técnico-científica      no país para o desenvolvimento e produção de medicamentos e seus insumos,      o que se constata é que os grupos trabalham isoladamente, de forma desarticulada      e não integrada. Conseqüentemente, embora haja investimentos na área, os recursos      são dispersos, o que dificulta potencialidade de nossa biodiversidade está      distante de uma exploração efetiva, e os entraves existentes para aprovação      e registro de novas drogas desestimulam o desenvolvimento de novos produtos.      As deficiências na operacionalização das unidades vinculadas ao SUS      (Sistema Único de Saúde)      prejudicam o acesso da população aos medicamentos. As novas tecnologias de      comunicação vêm abrindo, entretanto, a possibilidade de integração com o ambiente      externo, tanto ao nível nacional quanto internacional.
   Diarréia
   Segundo a Organização Mundial de Saúde      (OMS), a diarréia provoca a morte de uma pessoa a cada 10      segundos em todo o mundo. Normalmente está associada à desnutrição protéico-calórica      e a problemas de subdesenvolvimento decorrente da falta de higiene e sistemas      de tratamento para água e esgoto.
    Crianças pobres são as mais atingidas, inclusive no Brasil, apresentando      de 50 a 60 dias de diarréia por ano. A morte de crianças devido à diarréia      é superior às mortes por pneumonia e às doenças evitáveis por vacina. No Brasil,      um país endemicamente parasitado, onde as condições sanitárias são precárias      em várias regiões, o exame protoparasitológico tem muita importância no diagnóstico      da diarréia. Ela pode ser classificada como de origem osmótica, secretora,      motora ou exsudativa (disenteria). Na diarréia osmótica é preciso ter um elemento      osmoticamente ativo no interior do intestino, que atraia água para a luz intestinal.    
   No caso de diarréia secretora, o exemplo clássico está relacionado com o      cólera, em que há um estimulo do complexo adenilatociclase e conseqüentemente      um aumento nas perdas hidroeletrolíticas. A diarréia motora é causada por      uma alteração na coordenação da musculatura lisa intestinal, enquanto na diarréia      exsudativa, que corresponde à disenteria, o paciente pode perder sangue, muco      e pus. Nesse último grupo, podem ser incluídas as diarréias infecciosas, que      afetam o cólon intestinal, e as invasivas, como as salmoneloses e shigueloses.      O antidiarreico ideal deve inibir a hipersecreção intestinal, agir rapidamente,      não causar constipação e o mais importante, não ter efeito sobre o sistema      nervoso central. Um fármaco inovador é oracecadotril (Tiorfan), uma nova droga      que ativada no tubo digestivo por esterases, age no tubo digestivo por esterases      insulares, age no mecanismo básico da diarréia, ou seja, evita a hipersecreção      de eletrólitos e água para o tubo digestivo. A droga ativa o receptor delta      (d) e não o receptor mi (m), como fazem os opióides, que podem causar bacteremias.      Com isso, ela não produz um dos mais sérios inconvenientes no tratamento da      diarréia, que é a diminuição da mortalidade com favorecimento de crescimento      bacteriano, o que pode agravar muito a diarréia. A droga age no principal      mecanismo da maior parte dos casos de diarréia, o mecanismo secretor.
    Não revela qualquer efeito sobre a motilidade gastrointestinal, o sistema      nervoso central, o sistema respiratório ou o sistema endócrino. A substância      é uma pró-droga absorvida oralmente. É rapidamente convertida em composto      ativo e uma hora após a administração já se tem o maior pico de atividade.      O racecadotril (Tiorfan) não atravessa a barreira hematoencefálica e a dose      usual é de 100 mg três vezes ao dia.
   Febre amarela 
   Doença infecciosa aguda, causada por um vírus RNA, arbovírus do grupo B,      ou seja, vírus transmitidos por artrópodes (Arthropod Borne Viruses) do gênero      Flavivírus, família Togaviridae, com transmissão através de vetores alados.      É basicamente uma antroposoonose, isto é, uma doença de animais silvestres,      que acomete o homem acidentalmente. Diferencia-se em dois padrões epidemiológicos:      o urbano e o silvestre. O primeiro deve-se a ação de um mosquito de hábitos      urbanos, o Aedes aegypti, que transmite a doença de pessoas doentes a uma      população sensível, e volta a causar temor pela possibilidade de reemergência,      devido a intensa proliferação do mosquito nos grande centros urbanos atualmente.      O ciclo silvestre, por sua vez é mantido pelas fêmeas de mosquitos antropofílicos      (especialmente do gênero Haemagogos) as quais necessitam de sangue para amadurecer      seus ovos: têm atividade diurna ma copa das árvores, ocorrendo a infecção      do homem ao invadir o ecossistema viral. Após um período de incubação média      de três a seis dias, surgem os primeiros sintomas, febre alta, cefaléia, congestão      conjuntival, dores musculares e calafrios. Algumas horas depois podem ocorrer      manifestações digestivas, tais como: náuseas, vômitos e diarréia, correspondendo      à fase em que o vírus está circulando no sangue (Período de Infecção), evoluindo      em dois a três dias à cura espontânea (período de Remissão).
   Formas graves da Febre Amarela podem surgir um ou dois dias após a cura aparente,      observando-se aumento da febre e dos vômitos, prostração e icterícia (Período      de Intoxicação). Em seguida surgem outros sintomas de gravidade da doença,      tais como: hematêmese (vômito negro), melena (fezes enegrecidas), petéquias      (pontos vermelhos) e esquimoses (manchas roxas) em várias regiões da superfície      corporal, desidratação, agitação, delírio, parada renal, torpor, coma e morte      (em cerca de 50% dos casos). O diagnóstico é essencialmente clínico, sendo      que nas formas graves, somente é obtido post-mortem. Não existe tratamento      específico, portanto utiliza-se de medicação sintomática, preferencialmente      o Paracetamol, evitando-se os salicilatos (Ácido Acetil Salicílico e derivados),      em função do risco de hemorragias. Pacientes com formas graves da doença necessitam      de cuidados de Terapia Intensiva. Na prevenção da Febre Amarela fundamental      é a aplicação da vacina Anti-Amarílica, na dose de 0,5 ml por via subcutânea,      com reforço a cada dez anos. Não se recomenda a aplicação em gestantes e portadores      de imunodeficiência (inclusive pelo Vírus da Imunodeficiência Humana). 
   Dengue 
   O dengue existia no Estado do Rio de Janeiro até a década de 1940, quando      o combate ao mosquito da febre amarela, o mesmo que transmite dengue, acabou      com a doença. Esta voltou, junto com o mosquito, no final da década de 1980.    
   No início dos anos 90, houve a introdução de um segundo tipo do vírus do      dengue (o sorotipo 2, até então tínhamos somente o sorotipo 1), aumentando      o risco do número de casos de dengue hemorrágico. Os sintomas na forma hemorrágica      evoluem rapidamente para sangramentos internos e nas mucosas, podendo ocorrer      choques que levam à morte. Ocorrem geralmente quando a pessoa, que já teve      a doença por um dos tipos de vírus (existem 4, chamados sorotipos), ao qual      passa a ser imune, contrai a infecção por um outro tipo. 
   Malária
   Doença infecciosa, febril, não contagiosa, sub aguda, aguda e algumas vezes      crônicas, causada por protozoários do gênero Plasmodium, principalmente as      espécies vivax e falciparum, transmitida através da picada das fêmeas dos      mosquitos do gênero Anopheles. Dentre todos os anofelinos transmissores de      malária (cerca de 200 espécies), o Anopheles darlingi destaca-se como a espécie      mais importante. Distribui-se por toda a Amazônia, onde atinge anualmente      uma parcela expressiva da população, sendo frequentemente i aparecimento de      formas graves, inclusive com elevada mortalidade. O período de incubação pode      variar de nove a quarenta dias, os sintomas são mais graves nos indivíduos      primo-infectados. O quadro clínico caracteriza-se por : cefaléia, mialgias,      prostração, perda do apetite, mal-estar geral e calafrios seguidos de febre      de início súbito, elevada (acima de 40ºC) e intermitente, que ao cessar desencadeia      intensa sudorese. Nas formas graves o paciente apresenta também vômitos, diarréias,      cianose de extremidades, pele fria e pegajosa. Pode haver diminuição do volume      urinário nas 24 horas evoluindo para Insuficiência Renal Aguda. Complicação      frequente nos casos graves é o Edema Pulmonar e a Síndrome de Angústia Respiratória      do Adulto, além de sangramentos digestivos, subcutâneos e de outras localizações,      que em geral leva, à morte. O diagnóstico é clínico-epidemiológico e laboratorial,      através da detecção de plasmódios no sangue periférico (esfregaço ou gota      espessa), além da utilização de métodos imunoenzimáticos ou de radioimunoensaio      nos casos de maior dificuldade diagnostica. O tratamento é feito com drogas      antimaláricas com o uso de Cloroquina e Primaquina para P.vivax e Quinino      associado a antimicrobianos e mas recentemente derivados da Artemisina, no      tratamento de malária pelo P.falciparum. Os pacientes graves necessitam de      cuidados em Unidade de Terapia Intensiva. 
   Medidas de proteção individual, com o uso de repelentes nas áreas expostas      do corpo e a instalação de telas nas portas e janelas das habitações, são      inviabilizadas pelas condições climáticas regionais (calor e umidade excessivos).      No momento não se dispõe de vacinas para uso clínico. 
   Leishmaniose tegumentar americana - (LTA) 
   É uma doença infecciosa, de evolução que tende a cronicidade, não contagiosa,      causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania e transmitida      por insetos hematófagos genericamente designados flebótomos. Trata-se de uma      zoonose, pois tem como reservatórios animais silvestres picados pelos flebotomíneos.      O homem é infectado acidentalmente quando invade o ecossistema do protozoário,      em atividades de extrativismo ou na implantação de projetos agrícolas em áreas      recentemente desmatadas. É endêmica na Região Amazônica, com significativa      incidência. É caracterizada pelo polimorfismo lesional, comprometendo a pele,      comumente manifestando-se como uma lesão ulcerada, única ou múltipla, medindo      entre 3 a 12 cm de diâmetro, com bordos elevados, "em moldura de quadro",      base granulosa e sangrenta, frequentemente associada à infecção bacteriana      secundária. Dependendo das espécies de Leishmania e de fatores imunogenéticos      do hospedeiro podem ocorrer lesões mucosas e cartilaginosas, que geralmente      inicia-se na mucosa nasal, surgindo coriza e sangramento nasal, evoluindo      para perfuração do septo e destruição da fossa nasal, mucosa, cartilagem e      nos casos mais severos compromete o assoalho da boca, língua, laringe, traquéia      e brônquios, com mutilações graves, podendo afetar as funções vitais levando      ao óbito. O diagnóstico é clínico, baseado nas características das lesões      cutâneas e laboratorial através dos seguintes exames: raspado da borda na      úlcera, isolamento do parasita em cultura, isolamento do parasita em animais      de laboratório ("hamster"), Intradermoreação de Montenegro, imunofluorescência      indireta e exame anátomo-patológico da lesão. No tratamento da Leishmaniose      Cutâneo-Mucosa as drogas de primeira escolha continuam sendo os antimoniais      pentavalentes, ou seja, meglumina antimoniais pentavalentes, ou seja, meglumina      antimoniato e stibogluconato de sódio. Em caso de insucesso com estas substâncias      pode-se utilizar outras drogas como Anfotericina B e Pentamidina. Todas são      de administração injetável, com várias aplicações, dificultando a adesão dos      pacientes. Fatores imunogenéticos podem retardar consideravelmente a cicatrização      das lesões. As condições eco-epidemiológicas da Amazônia não permitem a instituição      de medidas profiláticas adequadas. Não existe vacina disponível para uso clínico.    
   Vacinas contra a malária-perspectivas
   Para a Dra. Ruth Nussenzweig, pesquisadora da Universidade de Nova York -      EUA, uma vacina contra a fase pré-eritrocítica do parasita seria hoje imuno      profilática, evitando todos os sintomas da doença. Ö problema de desenvolver      uma vacina contra malária ficou ainda maior, pois encontramos grande resistência      do falciparum à cloroquina, e há indícios de que Pvivax já começa a desenvolver      a mesma resistência, o que é muito grave para a saúde pública: a comprovação      de que seria possível desenvolver uma vacina contra a doença foi conseguida      há muitos anos em laboratórios, com roedores infectados por parasitas atenuados      por raios gama. Posteriormente, conseguiu-se bons resultados em macacos, e      no início da década de 70 começaram os experimentos em humanos. "Os resultados      foram gratificantes, pois boa parte conseguiu ficar completamente imune contra      Plasmodium falciparum e outro grupo infectado pelo P.vivax atenuado pelos      raios gama ficou protegido contra o parasita. No ano passado nos EUA e na      Bélgica com o apoio da SmithKline Beecham demonstramos ser possível imunizar      voluntários humanos com uma proteína híbrida que possui parte da proteína      da superfície do vírus da hepatite B e parte da proteína circunsposta da malária      falciparum. Houve proteção completa de cerca de sete indivíduos.
    Hoje, estamos produzindo vacina sintética que está sendo ensaiada em voluntários      humanos na Universidade de Maryland"", anima-se a doutora. Esta vacina, que      contém alguns dos adjuvantes usados pelo exército americano e pela SmithKline      Beecham, apresenta resultados preliminares que indicam que estes voluntários      estão desenvolvendo alta imunidade, em níveis idênticos aos alcançados pela      proteína híbrida. 
   Segundo a pesquisadora, "ainda é cedo para falarmos em uma vacina, pois os      experimentos em humanos são demorados. Foi necessário esperar cerca de cinco      anos para experimentar em humanos a primeira vacina conseguida em Maryland      e teremos que esperar mais cinco para testar as novas vacinas, mas as perspectivas      são boas". 
   Fonte: www.lincx.com.br
   DOENÇAS TROPICAIS 
   Tradicionalmente, as doenças tropicais eram consideradas uma espécie de tributo      obrigatório que os habitantes dos trópicos pagavam por viver numa região de      clima privilegiado. Essas doenças adquiriam características epidêmicas e acometiam      milhões de pessoas que viviam em determinadas áreas.
   Estão entre as enfermidades que costumam ser rotuladas de doenças tropicais:
   - Malária
- Doença de Chagas
- Febre amarela
- Leishmaniose
- Dengue 
Na maior parte das vezes, o microorganismo é transmitido por insetos que      encontram nos trópicos seu habitat ideal.
    Exceção feita à febre amarela, não existem vacinas para essas doenças, mas      há tratamento que será tão mais eficaz quanto mais precocemente começar. 
   Fonte: drauziovarella.ig.com.br