quinta-feira, 16 de julho de 2009
DEPRESSÃO PÓS -PARTO ATINGE ATÉ O HOMEM
Depressão pós-parto atinge até o homem
Falta de conhecimento e preconceito prejudicam no diagnóstico dos pais
Para a maioria dos casais, a chegada de um filho é um acontecimento cheio de felicidade. Mas as mudanças hormonais, somadas à responsabilidade de cuidar de um recém-nascido, costumam deixar partes das mulheres tristes, apáticas, sem mostrar afeto pelo filho. Elas sofrem de depressão pós-parto. Em casos mais raros, pode haver tendência ao suicídio.
Mas, o que poucos sabem, é que os homens também são afetados pelas ânsias e dúvidas que vêm associadas às alegrias do nascimento de um filho e também podem desencadear a doença.
Um estudo realizado com 8.400 homens nas universidades inglesas de Oxford e Bristol mostra que 3,6% dos pais apresentaram sintomas como ansiedade, irritabilidade e desesperança oito semanas após o nascimento do bebê.
Para a psicóloga doutora em obstetrícia, Silvana Nunes Garcia Bormio, a maior participação do homem na vida de suas mulheres durante a gravidez, é um dos fatores responsáveis pelo quadro. Apesar de não ter conhecimento de estudos estatísticos da doença nos homens, a tendência é que o número de homens que apresentam o distúrbio cresça. Antigamente, o homem assistia a gravidez de longe. Hoje, ele vai às consultas, participa de atividades relacionadas à gravidez, tem uma interação maior com o momento e com a mulher.
A depressão pós-parto pode se manifestar com intensidade variada, que vai de uma tristeza leve e passageira, conhecida como síndrome do baby blues, à psicose puerperal, que apresenta sintomas mais intensos e duradouros com a necessidade de um acompanhamento psicológico.
A síndrome de baby blues atinge cerca de 60% das mulheres e é provocada por fatores como a mudança na rotina, aumento da responsabilidade e, dúvida quanto aos cuidados com o bebê. Além disso, as mudanças hormonais também influenciam. Quando a depressão dura mais de 15 ou 20 dias, e vem atrelada à vontade de morrer ou à falta de afeto pela criança, é preciso procurar ajuda, seja homem ou mulher. A psicose puerperal afeta até 10% das mulheres.
No homem, a psicóloga explica que a psicose puerperal é menos comum. É comum notarmos um ciúme do pai em relação ao relacionamento da mulher com o filho, além da apatia e da tristeza. Sentimentos como a perda da esposa, aumento da responsabilidade e atualização do relacionamento com os pais também influenciam no desencadeamento do distúrbio.
Um dos maiores obstáculos para o tratamento da depressão pós-parto parterna é a falta de conhecimento e o preconceito.
A boa notícia é que existe solução. Para isto um tratamento em conjunto com um psicólogo e um psiquiatra é fundamental. É preciso essa ação em conjunto para concluir a gravidade do caso e as direções a seguir, definir se é necessário o uso de medicamentos ou se apenas o tratamento psicológico funciona.
Fonte: Blog da Zazou